Tic-tac, tic-tac, tic-tac, tic-tac… os ponteiros do relógio avançam entre corredores, memórias gravadas em pisos e pessoas que fazem parte desta História. A rotina cumpre-se. A picada une a dor, a expectativa e a vulnerabilidade. Sinto todas estas emoções na pele. Mas, confio nos valores… e isso enche-me o coração!
Duas horas depois, ouço Maria Gabriela Maia Fonseca, gabinete 3. A porta abre-se. O coração acelera, parece que é a primeira vez. Há pessoas que dizem que o medo da história se repetir de novo não desaparece, há outras que dizem que preservam a identidade negativa dos locais e há pessoas que dizem que o cancro seguiu o seu caminho… De vez em quando, surge a dúvida.
Vinte minutos depois, estou cá fora. Feliz e mais forte. É com a Doutora Marília que exteriorizo emoções, pensamentos melancólicos e suposições irreais. Falamos de ponderação, falamos de independência e falamos de inquietações. Falamos de gânglios, falamos de liberdade e falamos de doença. Falamos de seguir em frente, falamos de tentar e falamos de amor. E eu acredito que tudo está bem quando a vida está nas mãos certas, claro que sim.
“- Estás ressuscitada, Gabi.” Foi com esta frase que me despedi do CHUC. Outubro é o mês da próxima consulta, e até lá vamos enchendo o ♥. De pessoas. De momentos. De vida. De histórias.