Com 27 anos, a pergunta que mais ouço é : “quando vais retomar a tua vida normal?”. Na infância sonhava com o ideal de beleza. Dos 14 aos 18 com a melhor história de amor. E com 25 anos já sonhava com uma “vida normal”. Uma normalidade diferente, dentro e fora, da normalidade normal. Bom, respondo com uma pergunta: quanto tempo a vida demora a conhecer a vida normal?
Hoje o dia começou com um ataque de pânico. Seguiram-se palpitações, dores no peito, perturbações gastrointestinais e medo. Há medos que não se esquecem. Medos inconscientes associados a locais e situações. Uma crise que possibilita que o medo comande o corpo, os pensamentos e a dificuldade de olhar mais para frente, menos para trás. O medo afirma-se, assim, como um entrave à normalidade. Quanto tempo precisará para retomar a sua vida e deixar a minha?
Na minha cabeça o medo continua a ser anormal. Uma pessoa vai deixar o homem ao local de trabalho e, pumba, começa logo um ataque. De pânico, não de saudades. Decide ir ao centro comercial gastar uns trocos, deixa de respirar. Não com a conta bancária, mas sim com meia dúzia de pessoas na fila. E, se a pessoa tenta ir dar um pezinho de dança com fumo e suor, é morte certa. Cabecinha pensadora…
O que é certo é que, sinto-me a melhorar de dia para dia. Quem diria?! No entanto, como é normal o medo vai dando um ar da sua graça e eu foco-me na vontade de o vencer, no lado do bom da nossa relação e na força que tem e que tem de deixar de ter, atualmente. Mas, a verdade é que nem sempre as coisas correm como quero. Preferia ter uma vida normal? Preferia. Mas, não preferia que o normal perdesse a graça…
Por alguma razão, quando a vida nos dá limões fazemos uma saborosa limonada. Não concordam?
E por hoje é tudo!