Se tivesse que descrever o seu corpo neste momento seria espontâneo, desconfortável ou evitaria fazê-lo? Dos auto-elogios guardamos pensamentos. Todos eles fazem sentido, mas nem sempre o seu sentido é positivo, e muito menos real. Até porque esquecemos o amor de fora para dentro…
À partida, a resposta seria simples. Mas, dá azo a uma profunda reflexão e avaliação. Isto porque, a descrição está intimamente ligada ao estigma social e envolve o ser sincero, rotular marcas da própria história e apresentar o corpo numa imagem que controla a auto-estima, o quem é quem e os comentários dos outros. É evidente que somos submissos do corpo, mas o corpo também é submisso da nossa predisposição para amá-lo, e aceitá-lo. Sei disso por experiência.
Mas, se encontrasse um habitante de outro planeta neste momento, e ele lhe pedisse para descrever o seu corpo, qual seria a sua resposta?
Essa é fácil. A resposta seria objetiva. Peguemos no exemplo do rosto. Dir-lhe-ia que o rosto é formado por vários músculos. Situa-se na parte frontal da cabeça, que a cabeça tem uma forma arredondada e que é constituída pelo nariz, os olhos, a boca e as bochechas. Acrescentaria, também, a cor e a forma dos seus olhos, a utilidade do nariz e da boca e a localização das bochechas. Onde está o estigma social?
Pois bem, o habitante desconhece padrões e conotações sociais. Isso obriga-nos a assumir só a descrição do corpo, olhando de fora para dentro. Reconhecendo que o corpo é composto por cabeça, tronco e membros. Deixando de lado os sentidos negativos…
Aconteça o que acontecer, ama-te… Eu sei que é possível e que podemos amar as nossas imagens diferentes!