Querida Esperança,
Na terça-feira, quando fui à consulta de Psicologia, cruzei-me contigo. As palavras da médica resgataram o propósito da nossa amizade, a inspiração do que somos e o compromisso de que jamais nos afastaríamos.
Nascemos no mesmo dia. Conhecemo-nos, quando a beleza e alegria nos abandonaram no Tempo. Agarrámo-nos uma à outra e assinámos o pacto da lealdade, ou seja, eu vou e tu vais a meu lado sempre. Mas, a decisão de ir será sempre minha, pois tu obrigas-me a ter um propósito!
A verdade, é que todos temos propósitos. Para todos os gostos e feitios, encontram-se objetivos pessoais, materiais, afectivos e teimosos. Decididos, partimos até à satisfação e à realização com a amiga Esperança. No entanto, se nunca chegarmos lá continuaremos com esta amizade?
A resposta é fácil. Lembrem-se da fase mais infeliz da vossa Vida. Sem dúvida, sentir-se-iam inseguros e desorientados, mas sentir-se-iam completamente sozinhos? É em períodos como este, que a nossa amiga volta a dar sinais de vida e pronta a atacar a impotência e o sofrimento. Não é justo perdê-la ou rejeitá-la pois somos seres esperançosos!
Hoje, escrevo contigo e para ti. Após a consulta, comprometi-me a manter-te viva e mais próxima de mim. Não quero voltar a sentir a tua falta e, muito menos a usar-te na indisponibilidade dos outros. Vamos viver com um propósito esperançoso?
Dia 5 voltamos à Psicoterapia!