A Amizade é inata ao ser humano. Quase todos nós procuramos o contacto, a partilha e a sintonia. Um conjunto de seres que dialoga visões, interroga preconceitos e demonstra cicatrizes. E onde encontraremos essas pessoas?
Ontem, tive um encontro inesperado com uma desconhecida. Foi a terceira vez que uma estranha me mostrou que o Cancro destrói no imediato, mas dá garra, serenidade e Vida para os que aproveitam as suas lições. O seu olhar iluminava a história, o crescimento e a missão individual, colectiva e universal. Exprimiu o quanto todas queremos contribuir para os que iniciam esta batalha, para os que já estão nela e para os que nos alcunham de “coitadas” ou “condenadas”!
Desta vez, o caminho até uma marcação de cabeleireiro levou-me a uns longos cabelos loiros que apresentaram o acaso como destinado, a coragem como voluntária e o presente como dádiva. Alma de sobrevivente, espírito de lutadora e idêntica aos outros dois encontros. E por isso, resolvi partilhá-los.
O primeiro foi bem mais que um encontro. Sinceramente, foi ela que despertou a atitude, a esperança e a vontade incomensurável. Obrigou-me a descobrir a capacidade de me levantar e a capacidade de auto-elogiar a minha nova imagem repleta de preconceitos alheios.
Sob outra perspectiva e intervalo de tempo, no segundo reencontrei o Futuro. Decidi segui-la no instagram por ser super estilosa e linda de morrer. Um insta-direct uniu a persistência com o sentido, onde jamais esquecemos que um dia também já fomos doentes oncológicas.
Hoje em dia, sei que os nossos encontros não aconteceram por acaso. Nelas, vejo a maturidade, o desenvolvimento e o significado que dão às suas e às nossas histórias. O Cancro fez de nós estes seres. Mas, o que ele deixou foi um elo de ligação entre todas nós!
Quem será o próximo desconhecido?