Encaixo-a cuidadosamente na fechadura, rodo-a suavemente e ela abre: a felicidade de estarmos aqui, a conquista de chegarmos aqui e o acreditar até aqui. O que deveria ser só uma mudança de casa tornou-se, afinal, uma inauguração de confiança no tempo!

Entro com o pé direito, lado a lado com o meu companheiro de casa e de vida. Atrás de nós caminham 2 pessoas que fixamos com a palavra melhor. Juntos carregamos os caixotes do antes e do depois da Grande Mudança, aquela que alterou para sempre o conceito de partilhar.

Espreito as divisões vazias projetando como ornamentar esta nova etapa. Compreendo que novas cores, novos formatos, novas mobílias, novo e mais novo irei descobrir. E o que resta do passado? As chaves de memórias importantes!

Escolho cada objeto garantido a harmonia do espaço e o equilíbrio de preferências. Sem pressas ou pressões voltámos a ter o nosso lar, o nosso mundo. Aquele em que somos nós que o abrimos e fechamos quando e onde quisermos:

• No hall optámos pelo branco para que os problemas mundanos fiquem fora do nosso ninho;
• Na cozinha elegemos o cinza para que haja sempre estabilidade;
• Na sala preferimos ligar cores, ou seja, o intenso vermelho, a serenidade branca e o elegante preto;
• No quarto  escolhemos uma opção mais aconchegante, isto é, o castanho relaxante e o branco harmonia.

Cada divisão possui uma simples chave que é replicada pelas restantes zonas no entanto, cada chave abrirá momentos distintos fechando-os num local só nosso. E, caso alguma se perca saberemos onde a procurar porque o nosso T1 é simplesmente nosso!

É hora de voltar a rodá-la. Por um lado sinto-me cansada, mas por outro estou tão mas tão feliz. Sei que ainda terei alguns caixotes para abrir, mas sei que tudo a seu tempo encontrará a chave certa…