A intensidade do vento, o manual ignorado, as varas deterioradas, a armação rasgada, o martelo ferrugento, as estacas desalinhadas: todos os sentidos despertos para uma grande aventura!
Com a devida distância e com uma pequena, mas forte picadela na perna direita revivi a desastrosa experiência do campismo –naquela madrugada de agosto- relembrando o porquê das emoções, dos sentidos, dos aromas, das pessoas perenizarem os momentos:
- os wc’s apinhados: por um lado testa a nossa paciência, por outro demonstra seres reais com remelas e toalhas no tronco ou no ombro. E, naquela noite a água era escassa e simplesmente 3 chuveiros funcionavam: o que precisa de água, o que quer saber onde está a água e o que pode dar mais água;
- os lava-loiças amontoados: por um lado prioriza o mais importante, por outro estimula a entre-ajuda e a lei da sobrevivência. E, naquela noite os alguidares imploravam mais detergente para que fosse possível haver loiça no dia seguinte;
- a inexistência de frigoríficos: por um lado determina o tempo, por outro evita o desperdício. E, naquela noite a data de validade era bastante curta para combater a fome do insecto;
- os colchões duros: por um lado motiva uma dor intensa, por outro ampara o frio do chão. E, naquela noite a esponja protegia as alucinações do estrado.
Não sei muito bem como é que aconteceu mas, de repente quis comprovar toda a minha aptidão para campista: o montar o meu habitat; o acordar com um calor infernal; o cheirar marshmallows assados; o esperar em filas intermináveis; o passear horas de bicicleta – vá, se eu soubesse andar – enfim, poucos segundos bastaram para descobrir uma aptidão inferior ou igual a zero.
Contudo, naquela madrugada era o meu corpo que não encontrava tal aptidão, era o maldito insecto que assava, eram os valores que não despertavam, era a febre que infernizava, era tudo e não era nada. Apenas, as horas estipulavam quais os passos para voltar a montar a tenda.
Poucos segundos foram precisos para abominá-la, para palmilhar um percurso perigoso, para descobrir um amontoado de pessoas, para encontrar um refúgio agitado, para carregar uma mala pesada e para gastar um valor altíssimo em busca das condições e dos níveis de segurança.
Pensando bem, talvez as velas, as braceletes ou os difusores aniquilassem, mais facilmente, aquele maldito insecto. Grrr, definitivamente odeio melgas!
Melgas!
Uhhmmmm
Odeio, sou alérgica…
Desculpa, mato-as se não se esgueirarem…
Pior, pior, pior, é quem me “melga”..
Ahahhhh imagina como eu fico😜
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