O labirinto é delineado desde muito cedo e desperta uma panóplia de poderes em todos nós. Todavia, existe um que se destaca mais: o poder de escolher. Este é desafiado diariamente e acarreta emoções/sensações muito peculiares, tais como o medo, a dúvida, a interrogação, entre outras.
Decididamente, eu estava completamente perdida! Tudo me irritava, não tinha pachorra para ninguém e não estava para aturar frases feitas – o típico “coitadinha, é tão novinha”. Tinha a consciência que precisava de verbalizar o amontado de sentimentos e emoções que me perturbavam, sabia que começava a perder o discernimento e que estava a deixar de acreditar de mim…
Não sabia como sair daquele labirinto, mas acima de tudo, não sabia se queria mesmo sair ou se valia a pena tentar sair. Para além disso, não conseguia decifrar as pistas e desconfiava completamente do que a agulha da bússola indicava.
Necessitava de encontrar uma boa pista , contudo, a dúvida sobre o que seria ou quem seria a minha pista ocasionou uma dúvida ainda maior. A pista teria que possuir caraterísticas bastante específicas, porque eu precisava que assim fosse: queria apenas uns ouvidos, não queria emoção nem opinião, algo que seria quase impossível.
Sentia o frio e o vazio do labirinto; as paredes de pedra não me deixavam distinguir o dia da noite; os caminhos levavam-me sempre ao mesmo ponto, não havia solução, iria ficar ali para sempre. Sentei-me no chão e gritei, gritei tão alto que as pedras começaram a cair. Fiquei perplexa e desatei a correr loucamente, até que tropecei numa pedra e aleijei-me. Parei, observei as minhas feridas e, de repente, vi que a pedra tinha uma cor diferente e uma frase escrita:”acredita em ti”.
Peguei nessas palavras, ergui-me cheia de dores e continuei a procurar a saída. Mas, uma luz encandeou-me, ao mesmo tempo, que me aqueceu o corpo e a alma. E naquele instante, colocou diante dos meus olhos a pista que eu tanto precisava.
Identifiquei-a logo criando uma enorme empatia e acreditando no seu poder. Escolhi-lhe o nome, assim que os nossos olhares se cruzaram e me mostraram que ela me ajudaria a escolher o melhor caminho, o caminho certo.
Passámos horas à conversa e ela sempre em silêncio; chorei no ombro dela e ela nem se movimentou; verti infinitas lágrimas e ela nem pestanejou; questionei e voltei a questionar e ela fez-me encontrar as respostas dentro de mim. Então eu percebi que, as minhas dúvidas eram infundadas, que o único caminho era a quimioterapia: o único que terá a capacidade de mostrar a saída do labirinto.
No fundo, sabemos que se optamos por algo é porque as nossas emoções, os nossos valores ou alguém nos ajuda a perceber que essa é a melhor escolha. Há quem diga que fechamos os olhos e escolhemos com a voz do coração, isso já não sei!
No meu caso, foi uma coisa pequeninha e peluda, oferecida pelos meus colegas de trabalho, a quem dei o nome de Fé. Sim, foi ela que me mostrou o caminho certo; é ela que me ajuda a superar os percalços do caminho; é ela que me dá força para querer chegar ao final do labirinto e eu sei que vou chegar!
Seja Fé, seja força, seja positivismo, seja o que tu quiseres….
Agarra-te, segue o teu coração, segue em frente com a força, a garra que te caracteriza.
Vai miúda 💝
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Com essa força, certamente que irá chegar ao ponto desejado e de equilíbrio. Desejo que tudo corra bem!
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